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IA supera testes clínicos na previsão de demência

Ferramenta criada por cientistas de Cambridge identifica as pessoas com sintomas precoces que poderão desenvolver Alzheimer

23/07/2024

IA supera testes clínicos na previsão de demência
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*Imagem: reprodução/Universidade de Cambridge

Por redação AIoT Brasil

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial capaz de prever com mais de 80% de precisão se pessoas com sinais precoces de demência permanecerão estáveis ou desenvolverão a doença de Alzheimer. De acordo com o estudo, publicado na semana passada na revista científica eClinical Medicine, essa nova abordagem pode antecipar o diagnóstico e o tratamento e reduzir a necessidade de testes invasivos e caros.

Para construir o algoritmo, a equipe do Departamento de Psicologia de Cambridge utilizou dados de mais de 400 pacientes norte-americanos que fizeram testes de rotina e exames de ressonância magnética estrutural que mostravam atrofia da massa cinzenta do cérebro. A partir dessas informações, os cientistas testaram o modelo e adicionaram dados de outros 1.500 pacientes dos Estados Unidos, do Reino Unido e de Cingapura.

O algoritmo conseguiu distinguir as pessoas com comprometimento cognitivo leve e estável daquelas nas quais a doença progrediu em um período de três anos, e identificou corretamente indivíduos que desenvolveram Alzheimer em 82% dos casos, a partir de testes cognitivos e apenas uma ressonância magnética. Esse resultado supera bastante o que se obtém por meio do padrão convencional de diagnóstico, que utiliza marcadores clínicos como atrofia da substância cinzenta ou pontuações cognitivas.

“Criamos uma ferramenta que é muito mais sensível do que as abordagens atuais para prever se alguém com sintomas leves de demência progredirá para Alzheimer e, em caso afirmativo, se esse progresso será rápido ou lento”, afirmou Zoe Kourtzi, autora sênior do estudo e professora do Departamento de Psicologia da Cambridge. “Isso tem o potencial de melhorar significativamente o bem-estar do paciente, mostrando-nos quais deles precisam de cuidados mais próximos”, acrescentou.

Agora, os cientistas pretendem estender o modelo para outras formas da doença, como demência vascular e demência frontotemporal, e usar diferentes tipos de dados. Segundo a Universidade de Cambridge, a demência afeta mais de 55 milhões de pessoas no mundo e impõe um custo anual estimado em US$ 820 bilhões. Espera-se que o número de casos quase triplique nos próximos 50 anos.

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#alzheimer#demencia#testes clínicos

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