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Google atribui avanços na IA à “revolução” na experiência do usuário

Em apresentação no Web Summit Rio 2023, Cassie Kozyrkov, cientista de dados da empresa, defendeu a inteligência artificial como forma de expandir a criatividade e a produtividade

03/05/2023

Google atribui avanços na IA à “revolução” na experiência do usuário
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Por redação AIoT Brasil

Em sua apresentação no Web Summit Rio, a cientista de dados do Google Cassie Kozyrkov descreveu o avanço recente da inteligência artificial como “uma revolução de design” e enalteceu as possibilidades que essa tecnologia oferece. Na análise da cientista, a IA pode ser vista como uma ferramenta para solucionar tarefas de forma mais criativa, potencializar a produtividade humana e acelerar o processo de inspiração.

Kozyrkov, que subiu ao palco principal da conferência, fechou a segunda noite de apresentações com a palestra intitulada “Whose job does AI automate?” (“Quais trabalhos a IA vai automatizar”). Falando para milhares de pessoas, que lotaram o auditório do Riocentro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a representante do Google surpreendeu parte do público ao apresentar uma visão bastante otimista em relação à inteligência artificial.

No início de sua fala, a cientista de dados afirmou que a inteligência artificial pode substituir parte do trabalho dos engenheiros de software, já a programação tradicional — em que os programadores têm que escrever “instruções” — tende a dar lugar a uma nova abordagem, em que os próprios sistemas de IA serão capazes de reconhecer padrões e determinar os passos seguintes.

Ela, inclusive, propôs um novo significado para a sigla IA: “instruções automatizadas”. “É uma revolução da comunicação; uma forma diferente de explicar para máquina o que queremos. Antes, fazíamos isso com instruções. Agora, fazemos com exemplos”, afirmou.

Em seguida, Cassie Kozyrkov passou ao ponto central de sua palestra: a ideia de que a revolução na IA que presenciamos hoje não é uma revolução na IA em si, mas sim uma revolução no design dos sistemas. A especialista citou que diversos produtos e serviços já têm usado a inteligência artificial há anos, mas não de forma explícita. Como exemplos, ela mencionou algoritmos de empresas como Google e Netflix, capazes de dar sugestões personalizadas ao usuário.

A novidade que tem chamado a atenção, na análise de Cassie, é a possibilidade que os usuários agora têm de experimentar os sistemas de inteligência artificial em estado bruto, sem terem que passar por uma experiência pré-determinada por um provedor de serviços (como no caso das sugestões do Google ou da Netflix).

“É a primeira vez que usuários podem pensar na IA como uma IA”, destacou. De acordo com a palestrante, esse fato permite que os usuários comuns possam testar e descobrir formas de resolver seus problemas específicos. “Isso abre vários caminhos criativos”, disse ela. “Não devemos dispensá-los.”

Outra maneira de ver a questão, ainda segundo Cassie Kozyrkov, é perceber como o foco da discussão sobre inteligência artificial têm se deslocado, ao longo dos anos, entre os três principais grupos envolvidos na questão: pesquisadores, programadores e usuários.

Há mais de uma década, por exemplo, o tema era, principalmente, objeto de discussão teórica. Mais recentemente, os conceitos de IA passaram a ser empregados por programadores para desenvolver produtos reais. Hoje, cada vez mais, a tecnologia está nas mãos dos usuários, que podem descobrir suas próprias maneiras de aplicá-la.

Na parte final de sua palestra, a cientista de dados do Google surpreendeu mais uma vez ao revelar que o texto de suas falas e as imagens usadas em sua apresentação de slides foram criados por sistemas de AI como Bard, ChatGPT e Midjourney. A partir disso, ela voltou a argumentar em prol da inteligência artificial como forma de expandir a criatividade e a produtividade, atribuindo mais um significado à sigla IA: “indivíduo aumentado”.

Em sua avaliação, esses fatores podem ajudar a solucionar os inúmeros problemas sociais. “Trabalho não falta. Precisamos dessa mão na roda”, brincou. Ela, no entanto, pontuou que também é preciso refletir sobre o acesso à IA, já que seu poder criaria novas desigualdades se ficasse concentrado apenas nas mãos de quem pode pagar caro por ele.

Acompanhe as novidades do Web Summit Rio 2023 em nossa cobertura especial do evento

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