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Europeus não confiam na IA em eleições, revela estudo

A maioria da população do continente receia a manipulação da tecnologia para fins políticos, mas aprova sua utilização em outras áreas

25/10/2024

Europeus não confiam na IA em eleições, revela estudo
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Por redação AIoT Brasil

As ferramentas de inteligência artificial são úteis em várias áreas de atividade e têm potencial para melhorar a vida das pessoas e das empresas, mas, ao mesmo tempo, podem causar prejuízos incalculáveis à democracia. De forma resumida, esta foi a conclusão do estudo European Tech Insights 2024, que acaba de ser divulgado pelo IE Center for the Governance of Change da Universidade IE, da Espanha.

Feita em parceria com a Apolitical, uma comunidade que reúne serviços públicos de todo o mundo, a pesquisa ouviu mais de 3 mil pessoas em dez países e verificou que 67% dos cidadãos europeus expressam preocupação a respeito do potencial de manipulação das eleições. O medo do uso indevido da IA com fins políticos é maior no Reino Unido e na Espanha, embora a geração mais jovem seja um pouco mais confiante: 34% dos europeus com menos de 35 anos disseram que usariam um aplicativo com tecnologia de IA para escolher um candidato.

Mais de 30% dos entrevistados acreditam que a IA já influenciou as suas decisões de voto. “A preocupação do público com o papel da IA na definição das eleições está aumentando”, disse Carlos Luca de Tena, diretor executivo do IE Center. “Embora ainda não existam provas claras que mostrem mudanças significativas nos resultados eleitorais, a IA aumentou as preocupações com a desinformação e as manipulações em escala global”, acrescentou.

Por outro lado, de acordo com os analistas da Universidade IE, há um apoio crescente ao uso de IA em áreas além da política. Contatou-se, por exemplo, uma forte aprovação da tecnologia em controle de tráfego (77%) e como ajuda a quem procura emprego (79%). Além disso, 75% dos europeus apoiam o uso de IA em operações policiais e militares, incluindo reconhecimento facial e coleta de dados biométricos para vigilância.

O estudo também examinou o avanço digital dos governos de dez países europeus, para avaliar se cidadãos e servidores públicos acreditam que a implantação da tecnologia é rápida o suficiente na transformação digital. Na maioria dos casos, há um consenso de que as empresas privadas estão mais bem preparadas do que os governos em termos de segurança cibernética.

O relatório quantifica ainda a visão dos europeus em relação ao futuro de algumas tecnologias emergentes. A maioria acredita que nos próximos dez anos terá acesso a dispositivos médicos que tratam pacientes remotamente (75,3%), a robôs humanoides que realizam tarefas domésticas (56,8%), a órgãos do corpo humanos impressos em 3D (55,7%) e a lentes de contato de realidade aumentada (52,9%).

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#democracia#IA em eleições#inteligência artificial#manipulação das eleições#seguranca cibernetica

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