Por redação AIoT Brasil

No primeiro trimestre de 2023 foram realizadas 372 fusões e aquisições no Brasil, das quais 81 ocorreram entre empresas de internet e software, o que levou o segmento à liderança nesse ranking. Essa é uma das informações contidas em um relatório da consultoria KPMG, que pesquisou as transações que envolveram empresas de 43 setores da economia brasileira entre janeiro e março.

Em segundo lugar ficaram os negócios entre empresas de tecnologia da informação, com 66 fusões ou aquisições, seguindo-se instituições financeiras (36), mídia e telecomunicações (24), serviços (15), energia (14), hospitais e laboratório de análises clínicas (14), transportes (12) e seguros (11). Por estado, como se verificou nas pesquisas anteriores, o maior número de transações aconteceu em São Paulo (187), que concentrou metade das fusões e aquisições realizadas no país, vindo em seguida Minas Gerais, com 36, Rio de Janeiro (23) e Espírito Santo (9).

Segundo alguns analistas, parte da prevalência obtida pelas empresas de internet e de TI se explica pelas demandas específicas que surgiram durante a pandemia de covid-19, quando se evidenciou o papel decisivo da digitalização nos negócios. “Com a pandemia, muitas empresas decidiram investir em transformação digital. Com isso, a representatividade das companhias desses setores passou a ganhar mais relevância no número de transações”, disse o sócio da KPMG e responsável pela pesquisa, Luis Motta, à revista Exame.

Motta lembrou que fusões e aquisições realizadas pelas empresas de internet, software e tecnologia da informação totalizaram 125 negócios fechados, o que representa mais de um terço do total: “É a primeira vez que isso ocorre na pesquisa, o que indica que o panorama das transações se modificou”.

No resultado geral, porém, o número de fusões e aquisições foi 46% mais baixo do que o registrado em igual período do ano anterior, de acordo com relatório da TTR Data. Em valores, foram movimentados 4,7 bilhões de dólares (cerca de R$ 23,4 bilhões de reais), o que representa uma queda de 65%, na mesma base de comparação, numa situação que reflete a média da América Latina.

“Aparentemente, as atividades de fusões e aquisições se estabilizaram nesse novo patamar de negócios desde a queda pelo apetite por transações relacionadas às empresas de tecnologia verificada no primeiro semestre de 2022. Outro fator que contribui para essa redução é o agravamento do cenário econômico global e local”, acrescentou Luis Motta.