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Deepfake: estudo aponta aumento de 704% nos ataques de troca de rostos

Motivados pelo baixo custo das operações (com ferramentas baseadas em nuvem por 25 reais em média), criminosos geram ações simultâneas com campanhas que podem durar meses

21/03/2024

Deepfake: estudo aponta aumento de 704% nos ataques de troca de rostos
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Por Rafael Martini Perez

A iProov apresentou os dados do Relatório de Inteligência de Ameaças iProov 2024: O Impacto da IA Gerativa na Verificação Remota de Identidade, realizado entre o 1º e o 2º semestres de 2023, que apontou um crescimento de 704% na prática de deepfake de alteração de características faciais.

Impulsionadas pelas ferramentas de inteligência artificial (IA), o uso de mídia deepfake combinada com falsificação de metadados saltou para 672%, enquanto o número de agentes de ameaças cibernéticas que utilizam emuladores atingiu 353%.

Segundo Andrew Newell, diretor científico da iProov, embora os dados do relatório destaquem que as trocas faciais são atualmente a deepfake preferida dos criminosos, não é possível afirmar o que vem a seguir. “A única maneira de ficar um passo à frente é monitorar e identificar constantemente esses ataques, a sua frequência, quem eles estão visando e os métodos utilizados, a fim de se formar um conjunto de hipóteses sobre o que os motiva.”

Observou-se um crescimento significativo no número de grupos envolvidos na troca de informações relacionadas a ataques contra sistemas biométricos e remotos de identificação humana ou “videoidentificação”, evidenciando a abordagem colaborativa que vem sendo adotada pelos atores de ameaças. Dos grupos identificados pelos analistas do iProov, quase metade (47%) foi criada no ano passado.

“O profissionalismo dos agentes, motivados pelo baixo custo das operações em ferramentas baseadas em nuvem (25 reais em média), propiciam ataques simultâneos com campanhas que podem perdurar por meses, tornando os ataques de oportunidades apenas um dos inúmeros mecanismos”, afirma Daniel Molina (foto), vice-presidente da iProov para a América Latina.

Impacto da IA generativa
De acordo com a empresa de soluções biométricas, além das preocupações tradicionais com fraude de identidade, as organizações agora devem mitigar os riscos gerados por um número crescente de riscos provenientes de ferramentas de IA generativa transformadas em ameaças.

As redes de crime como serviço democratizaram o acesso a ferramentas altamente sofisticadas e têm possibilitado que até mesmo agentes de ameaças pouco qualificados criem meios de comunicação sintéticos realistas, como as deepfakes, para minar os processos remotos de verificação de identidade.

Detecção e prevenção de deepfakes
As organizações que utilizam serviços de vídeo para verificação remota de identidade pessoal são particularmente vulneráveis a ameaças de deepfake, como mostra um estudo do Idiap Research Institute, segundo o qual apenas 24% das pessoas foram capazes de identificar corretamente uma deepfake em um teste a que foram submetidas.

É preciso disseminar aos usuários práticas sobre como agir ao receber um conteúdo de caráter duvidoso, para que adotem o hábito de verificar as fontes das imagens e vídeos antes de compartilhá-los ou tomar decisões baseadas neles.

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