Por redação AIoT Brasil

O convite é irrecusável: “Passe no Mezli no Spark Social no domingo, 28, para comemorar nossa grande inauguração e experimente alguns pratos feitos por robôs! Estaremos servindo comida de graça e distribuindo brindes o dia todo enquanto durarem os estoques”.

Essa foi a maneira encontrada por esse restaurante em São Francisco, na Califórnia, para anunciar sua abertura, mas antes disso a novidade já havia repercutido numa das regiões que mais cria tecnologia no mundo, o Vale do Silício. Afinal, as operações do Mezli serão gerenciadas exclusivamente por robôs.

Fruto de dois anos de planejamento e alguns milhões de dólares em investimento, o Mezli foi idealizado por Alex Kolchinski, Alex Gruebele e Max Perham, bolsistas de pós-graduação em Stanford autodefinidos como “engenheiros falidos”, que se juntaram ao chef de cozinha Eric Minnich, com estrela Michelin. Eles contaram que, como a maioria dos estudantes, tinham pouco tempo para cozinhar e quase nenhum dinheiro para comer nos restaurantes da cidade “ao preço de um furto”.

Com olhar de engenheiros, fizeram as contas e perceberam que uma refeição de 15 dólares continha apenas 4 dólares de ingredientes e a maior parte da diferença ia para despesas operacionais e mão de obra. Eles então pesquisaram os restaurantes semi-automatizados instalados na região e partiram para uma fase de brainstorming e prototipagem até chegar ao modelo de serviço 100% automático do Mezli.

Antes da inauguração, em um período de experiência, serviram e entregaram bowls de comida mediterrânea a partir de 6,99 dólares e logo chamaram a atenção da mídia. O site Eater, por exemplo, publicou uma longa matéria que destacou o fato de que o restaurante é operado exclusivamente por robôs. “É um conto de startup tão antigo quanto o tempo, tão perfeito que a minissérie da Netflix quase se escreve sozinha”, escreveu a repórter do Eater.

A matéria também lembrou que o Mezli combina as habilidades específicas de um especialista em software e inteligência artificial, um prodígio em robótica e um engenheiro aeroespacial para abrir novas possibilidades para o setor, com o lançamento do primeiro restaurante totalmente robótico do mundo. E tudo acontece em instalações que mais parecem contêineres móveis pintados de branco e azul cheios de máquinas capazes de preparar, aquecer e servir os pratos, sem participação humana na operação.

O chef Eric Minnich contou que, na verdade, são necessárias apenas duas pessoas em uma cozinha separada para lidar com o corte, a mistura, o pré-cozimento e a apresentação das refeições, que são simples, com muitos ingredientes frescos. Uma vez por dia, eles carregam tudo para as unidades móveis do Mezli, onde há um forno que termina o cozimento, e com essa reduzida da mão de obra é possível cobrar preços mais baixos.

Os clientes podem combinar os ingredientes para personalizar seu prato, o que resulta em mais de 60 mil opções possíveis. E para mudar um cardápio de comida mediterrânea para outro de refeições indianas basta uma atualização do software. Os donos da ideia admitem que se trata basicamente de uma experiência que se destaca basicamente pelo que tem de novidade e reconhecem que nada substitui uma refeição na mesa de um restaurante tradicional, com um grupo de amigos, servidos por um garçom de verdade. Mas pode se tornar uma tendência, eles esperam.