AiotAiot


Brasileiros querem uso de IA para a segurança de apostas

Mercado não está regulamentado, mas empresas sediadas no exterior aproveitam brecha legal; pesquisa mostra que 76% dos jogadores apoiam o uso da inteligência artificial para proteção

16/01/2023

Brasileiros querem uso de IA para a segurança de apostas
Tamanho fonte

Por redação AIoT Brasil

Ainda sem regulamentação no Brasil, o mercado de apostas online em esportes já atrai uma legião de interessados e é, atualmente, ocupado por empresas com sede no exterior, no que pode ser definido como uma terra de ninguém. Num limbo jurídico, o setor se aproveita de um decreto assinado no fim do governo de Michel Temer, em dezembro de 2018, que liberou as apostas e deu prazo de dois anos para a regulamentação, prorrogáveis por mais dois anos, e atualmente a questão se encontra “em estudo no governo”.

De qualquer forma, as empresas de apostas decidiram investir forte no mercado e, de acordo com um estudo da consultoria britânica H2 Gambling Capital, devem movimentar mais de R$ 6 bilhões em 2023. Em mais uma evidência de que confiam na aprovação da atividade, algumas casas de aposta já começam a pesquisar hábitos e preferências dos brasileiros, como a inglesa Playtech, fornecedora global de software de jogos online e apostas esportivas que, por meio da sua plataforma BetBuddy, utiliza inteligência artificial para analisar o comportamento de apostadores e prevenir comportamentos de risco.

Há poucos dias, a Playtech divulgou um estudo segundo o qual 76% dos brasileiros aprovam o uso de IA e análise de dados para aumentar a segurança dos jogadores, por meio da detecção e da prevenção de ameaças. Em colaboração com a plataforma global de pesquisas Toluna Insights, a pesquisa online da Playtech entrevistou mais de 2 mil pessoas no Brasil, na Argentina, no Chile e na Colômbia.

Para 51% dos apostadores, a proteção da privacidade dos dados é a principal demanda, enquanto 25% disseram que prevenir problemas de jogo é o mais importante. Quando se trata de problemas de vício no jogo, 64% dos brasileiros disseram que a característica comportamental mais preocupante é o pedido de empréstimo de dinheiro para jogar. Além disso, 20% temem ficar viciados e perder tudo o que têm nas apostas online, o que ressalta a necessidade de mecanismos de proteção e ferramentas que estimulem o que foi definido como “jogo responsável”.

Francesco Rodano, diretor de política da Playtech, explicou: “O jogo responsável é um dos pilares da nossa empresa. Trabalhamos para evitar que surjam os problemas de jogo, identificar clientes potencialmente em risco e entregar intervenções de jogo mais seguras. Essa abordagem de detecção e prevenção precoce é reforçada pelo uso da IA, que analisa os dados dos jogadores anonimamente e fornece insights valiosos com base em seu comportamento”.

De acordo com a Playtech, o software da plataforma BetBuddy pode classificar o perfil do jogador usando dados e aprendizado de máquina para avaliar uma relação de mais de 70 marcadores de risco individuais. São analisados, por exemplo, o tipo de pagamento usado nos últimos três meses, a variação do valor de depósito, o tempo de atividade e outros fatores de risco. Dessa maneira, as empresas de apostas tentam conhecer melhor o consumidor brasileiro e preparar estratégias mais efetivas, enquanto não é decidido o destino da regulamentação do setor.

TAGS

#analise de dados#apostas#apostas esportivas#apostas online#inteligência artificial#jogo responsável#jogos online#privacidade de dados

COMPARTILHE

Notícias Relacionadas