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Big techs se unem para combater deepfakes nas eleições

Vinte das maiores empresas de tecnologia anunciaram que vão trabalhar em conjunto para bloquear conteúdo enganoso

22/02/2024

Big techs se unem para combater deepfakes nas eleições
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Por Ricardo Marques da Silva

A Amazon, o Google, a Meta, a Microsoft, o TikTok, o X e a OpenAI estão entre as grandes empresas de tecnologia que se comprometeram a trabalhar em conjunto para combater a interferência de conteúdos enganosos gerados por inteligência artificial nas eleições globais deste ano.

O anúncio foi feito durante a Conferência de Segurança de Munique, encerrada no domingo, dia 18, quando se discutiram os riscos envolvidos na criação e na disseminação de conteúdo destinado a iludir os eleitores, como deepfakes de imagens, vídeos e áudio.

A principal preocupação se refere às eleições que ocorrerão em 2024 em países com número elevado de eleitores, entre os quais o Brasil, os Estados Unidos, o Reino Unido e a Índia. As bigtechs assinaram um acordo voluntário no qual reconhecem que o rápido desenvolvimento da IA cria novas oportunidades, mas também representa “desafios para o processo democrático”, e a propagação de conteúdos enganosos pode “colocar em risco a integridade dos processos eleitorais”.

Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, disse que com tantas eleições importantes é vital que se criem iniciativas capazes de evitar que as pessoas sejam enganadas por conteúdo gerado por IA. “Esse trabalho é maior do que qualquer empresa, individualmente, e exigirá um enorme esforço do setor, do governo e da sociedade civil”, afirmou.

Brad Smith, presidente da Microsoft, reforçou a mensagem e disse que as empresas têm “a responsabilidade de ajudar a garantir que essas ferramentas não se tornem armas nas eleições”. Recentemente, o Google anunciou que estava explorando a possibilidade de lançar marcas d’água que mostrassem que determinada imagem foi criada, enquanto a Meta destacou, em fevereiro, que começaria a rotular nos próximos meses todas as mensagens geradas por IA postadas no Facebook, no Instagram e no Threads.

O problema é ampliado pelo fato de que a maioria dos países ainda não regulamentou devidamente o uso de IA – o Brasil, inclusive –, numa discussão que vem se arrastando nos últimos anos, sem definição. À medida que as ferramentas ficam cada vez mais sofisticadas, aumentam as ocorrências de deepfakes que podem causar prejuízos catastróficos na área política.

O Financial Times citou, por exemplo, uma mensagem falsa enviada em janeiro aos eleitores norte-americanos, na qual uma simulação do presidente Joe Biden os convencia a não votar nas eleições primárias deste ano. “No ano passado, vídeos falsos de políticos supostamente criados com recurso de IA e depois divulgados online foram encontrados no Reino Unido, na Índia, na Nigéria, no Sudão, na Etiópia e na Eslováquia”, acrescentou o jornal.

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