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06/02/202527/06/2025
Por Ricardo Marques da Silva
O Brasil entrou de vez nos planos de grandes empresas de tecnologia que precisam correr para cumprir seus compromissos de sustentabilidade e neutralidade de carbono, mas já começam a surgir controvérsias em relação às estratégias que vêm sendo adotadas para que atinjam esses objetivos. Um dos caminhos adotados pelas big techs é o plantio em larga escala de eucalipto, uma espécie utilizada principalmente para a produção de papel e celulose, o que ocupa áreas cada vez mais extensas que poderiam ser utilizadas para outros cultivos.
Esse método de obtenção de créditos de carbono vem sendo contestado por ambientalistas e por parte das comunidades das regiões afetadas, em especial no Cerrado brasileiro, o segundo maior bioma do país, onde o desmatamento atingiu 712 mil hectares em 2024, segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado – quase o dobro dos 380 mil hectares desmatados na Amazônia no mesmo período. No lugar da mata nativa típica do Cerrado, surge a monocultura do eucalipto.
A participação das big techs nesse processo foi tema de uma longa e minuciosa reportagem publicada há poucos dias na MIT Technology Review, assinada por Gregory Barber. Entre as várias empresas que fecharam com proprietários rurais e madeireiras “os maiores acordos já feitos para a compra de créditos de carbono”, o jornalista citou diretamente a Apple, a Microsoft, a Meta e a TSMC.
O texto admitiu que essas empresas tentam tornar as operações madeireiras mais sustentáveis, mais favoráveis à flora nativa e com menor consumo de água. “Ainda assim, é difícil convencer parte da população local, onde centenas de milhares de hectares já estão na fila para plantio; mais árvores são uma perspectiva sombria em uma terra cada vez mais assolada por secas e incêndios. Críticos chamam toda a iniciativa de uma desculpa para plantar ainda mais árvores visando ao lucro”, ressalvou Barber.
De acordo com a revista do MIT, cada árvore de eucalipto é composta de cerca de 47% de carbono, o que significa que muitas toneladas podem ser armazenadas em cada hectare plantado, e a espécie cresce rapidamente até o ponto de corte. Torna-se, assim, uma opção econômica para quem busca créditos de carbono em larga escala e com urgência, como alternativa a outras soluções viáveis mas de longo prazo.
Enquanto as empresas defendem o reflorestamento como solução climática, ecologistas alertam para os impactos negativos, como o consumo excessivo de água, o aumento de incêndios e a degradação de áreas nativas do Cerrado. A reportagem observa: “Se a meta é plantar 1 trilhão de árvores — ou capturar muitos milhões de toneladas de carbono —, nenhum setor está mais bem preparado para manter essa contabilidade do que a indústria madeireira. Pode soar estranho reivindicar créditos de carbono por árvores que se pretende cortar e transformar em papel higiênico ou cadeiras. Afinal, o carbono armazenado nesses produtos efêmeros é, naturalmente, insignificante diante dos milênios que o CO₂ permanece na atmosfera”.
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