Startup de ex-alunos de Berkeley levanta US$ 28 milhões
Os dois fundadores abandonaram a universidade aos 19 anos para criar a empresa de automação de marketing Conversion
01/08/202504/12/2025

Por Ricardo Marques da Silva
Já é certo que as ferramentas de inteligência artificial estão eliminando empregos, em especial em atividades repetitivas que podem ser automatizadas. De um lado, esse avanço cria muitas oportunidades, mas, de outro, aumenta o temor de que as opções de trabalho vão se reduzir rapidamente, e essa percepção está na origem de uma tendência que tem chamado a atenção dos analistas do mercado profissional: o número crescente de jovens que procuram se especializar em profissões “práticas”, à prova de IA.
No Reino Unido, por exemplo, o fenômeno já é objeto de estudos, e o aumento da procura por cursos técnicos coincide com a redução das matrículas em universidades. De acordo com uma reportagem da Reuters publicada na terça-feira, uma pesquisa do Chartered Institute of Personnel and Development mostrou que um em cada seis empregadores prevê que a IA vá reduzir o número de funcionários nos próximos 12 meses.
Ao mesmo tempo, o United Colleges Group, uma instituição de ensino e formação profissional, registrou um crescimento de 9,6% nas matrículas em seus cursos de construção e outras áreas técnicas, “um salto que o CEO Stephen Davis atribui ao avanço da IA e à preocupação dos jovens com o custo da universidade”. Bouke Klein Teeselink, professor e pesquisador de IA no King’s College de Londres, acrescentou: “Há muita ansiedade entre os jovens atualmente, pois seus empregos estão sendo automatizados”.
Como exemplo, a Reuters citou a estudante ucraniana Maryna Yaroshenko, de 18 anos, que estuda no City of Westminster College, em Londres, e decidiu ser encanadora: “Esse é um trabalho que a IA não vai assumir”, ela explicou. Maryna disse que está buscando uma profissão que lhe dê estabilidade no longo prazo e vê a IA como uma ferramenta útil, mas que não pode substituir a natureza prática de alguns tipos de trabalho dos quais muitos se afastam devido às suas exigências físicas e a um estigma persistente em torno de profissões como eletricista, carpinteiro e soldador.
“Com certeza trabalharemos com IA, mas somente um ser humano pode fazer essas coisas únicas que a tecnologia não consegue. Nenhuma IA consegue montar um encanamento, nenhuma IA consegue fazer um trabalho de construção, nenhuma IA consegue ser eletricista”, argumentou Maryna.
Angela Joyce, CEO do Capital City College, confirmou essa opinião e disse que a instituição observou um forte crescimento no interesse por construção civil, encanamento, hotelaria e outras áreas, o que revela que, para algumas pessoas, os programas de aprendizagem podem oferecer mais potencial de ganhos do que os diplomas universitários: “Isso demonstra que mais pessoas estão reconhecendo o valor de se tornarem profissionais qualificados”, disse.
Não se conhecem dados a respeito do tema no Brasil, e é evidente que a remuneração das profissões técnicas difere bastante em cada país. No Reino Unido, segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais, um encanador ganha em média 37.881 libras por ano, o que equivale a mais de R$ 260 mil. Na construção civil, um profissional ganha quase isso, cerca de 35 mil libras, bem mais do que no Brasil, mas, de qualquer maneira, trata-se de uma tendência a se considerar, como mais um impacto provocado pela IA no mercado de trabalho.
#empregos#inteligência artificial#mercado de trabalho#trabalho humano

Os dois fundadores abandonaram a universidade aos 19 anos para criar a empresa de automação de marketing Conversion
01/08/2025
Andrea Barranha, que foi por 18 anos CIO da Assurant, assume o cargo na empresa financeira subsidiária da General Motors
11/06/2025