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01/11/202404/05/2023
Por Redação AIoT Brasil
Em palestra durante o Web Summit Rio, a especialista em inteligência artificial Daniela Braga afirmou que países latino-americanos precisam desenvolver inteligências artificiais adequadas aos seus contextos. Na análise dela, as nações da região já têm condições de se desvencilhar das empresas norte-americanas e chinesas que dominam o setor. Daniela também comentou os avanços recentes na IA e avaliou que não há mais como frear o desenvolvimento dessa tecnologia, que já se impõe em diversos aspectos cotidianos.
Daniela Braga, que é fundadora e CEO da Defined.ai, um marketplace para sistemas de inteligência artificial, foi uma das atrações do palco “Saas Monster” nessa quarta-feira. Sua palestra, intitulada “Por que a IA está melhorando a experiência do cliente na América Latina”, foi mediada pelo diretor de conteúdo do UOL, Murilo Garavello.
A revolução na experiência do cliente com o advento da “IA conversacional” foi o primeiro tema abordado pela especialista. Ela destacou que um chatbot dotado de inteligência artificial é capaz de identificar e solucionar problemas do público de uma empresa, dispensando o intermédio de um funcionário humano.
Essa possibilidade fica clara em setores como o bancário, alvo constante de reclamações por proporcionar uma má experiência aos clientes. No caso de um banco, por exemplo, um cliente que tenha problemas com seu cartão de crédito pode ter sua queixa solucionada por um sistema automatizado, sem que seja necessária uma ida a uma agência ou uma ligação para a central de atendimento da instituição financeira, o que poderia gerar desgaste na relação entre empresa e consumidor.
Contudo, Daniela Braga pontuou que países latino-americanos e, em certa medida, também os europeus, estão atrasados no que diz respeito à implementação dessas tecnologias devido a dois fatores principais: a barreira linguística e relevância limitada dessas regiões na economia global. “Apenas os 15 países com os maiores PIBs são considerados pela indústria”, disse ela.
A solução para esse problema, na avaliação da fundadora da Defined.ai, é o desenvolvimento de softwares específicos em cada uma dessas regiões e voltados para as necessidades locais. “Cada sotaque importa”, ressaltou. A especialista reconheceu que a criação desses programas pode ser relativamente cara, mas afirmou que os países latino-americanos, de maneira geral, já têm condições de fazer esse investimento.
Segundo Daniela, a parte mais difícil desse processo é a criação de um banco de dados capaz de tornar a IA funcional. Nesse contexto, um dos principais desafios é justamente o processamento da fala. “80% do trabalho é o processamento de voz em texto. Os outros 20% podem ser feitos por equipes pequenas, de cerca de 10 pessoas”, disse a especialista em sua apresentação.
Daniela Braga, que participou de um grupo para aconselhar o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre os temas relacionados à IA, também respondeu perguntas do jornalista Murilo Garavello sobre o presente e o futuro da tecnologia. Ela afirmou que, há pouco tempo, pensava que a inteligência artificial levaria mais 10 ou 20 anos para chegar ao estágio em que se encontra hoje. Ainda na opinião de Daniela, o avanço da AI é um processo que não pode ser freado, como pedem alguns.
Nesse cenário de rápido desenvolvimento tecnológico, em que as leis e regulações vêm com atraso, a educação a respeito da IA tornou-se ainda mais importante, na visão da especialista. Ela destacou, também, a importância da transparência por parte das empresas que trabalham com inteligência artificial como forma de evitar questionamentos a respeito do funcionamento dos sistemas.
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#Daniela Braga#EUA#IA#Murilo Garavello#Web Summit Rio
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