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A “vocaloid” Hatsune Miku faz sucesso mesmo sem existir

Fenômeno pop japonês é um avatar holográfico de 16 anos que faz turnês internacionais e atrai milhares de fãs

02/12/2024

A “vocaloid” Hatsune Miku faz sucesso mesmo sem existir
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Por redação AIoT Brasil

Hatsune Miku em ação/Reprodução

Comprovando o clichê de que as novas tecnologias não param de surpreender, a bola da vez é Hatsune Miku, uma “cantora” que vem fazendo muito sucesso e atrai multidões em shows em arenas ao redor do mundo. Na verdade, trata-se de um “vocaloid” termo criado para designar um avatar holográfico que utiliza um banco digital de samples vocais e arregimenta uma legião de fãs, inclusive no Brasil.

Miku é febre no Japão já há alguns anos e seu sucesso, evidentemente, foi impulsionado pelas redes sociais. Com cabelos longos e azuis, a adolescente virtual de 16 anos foi criada em 2007 por Sasaki Wataru, um desenvolvedor da Crypton Future Media, empresa japonesa de software musical. Originalmente, era parte de um programa de sintetização de voz chamado Vocaloid, da Yamaha, usado para a produção de músicas com vozes geradas por computador.

Hatsune Miku/Reprodução

Porém, o avatar de 1,57 m de altura caiu no gosto dos jovens, que inserem letras e melodias “cantadas” pela voz sampleada, enquanto Miku é dublada pela atriz Saki Fujita.

Desde que foi lançada, a primeira demo de Miku, 01_ballade (assista abaixo), ainda bem tosca em sofisticação, gerou mais de 100 mil músicas, a maioria feita por fãs, principalmente da comunidade japonesa Otaku. Entre as proezas de Miku está a abertura de um show de Lady Gaga no festival Coachella, remixada por Pharrell Williams.

Para dar a dimensão da popularidade de Miku, o jornal londrino The Guardian publicou uma matéria em que o repórter relata como foi um show dela em Melbourne, na Austrália, na última semana de novembro: “Em uma noite com 36 graus de temperatura, milhares de fãs de J-pop faziam fila do lado de fora da John Cain Arena na sexta-feira à noite. Mas o calor era irrelevante para a atração principal. No palco Miku surgiu em uma tela gigante de LED, levando a multidão a um frenesi. A maioria permaneceu sentada, direcionando sua energia para sincronizar seus punhos bombeando bastões luminosos coloridos”.

O jornalista disse que a própria Miku é “desconcertantemente em tamanho real, dançando no ritmo de uma banda ao vivo e ofuscada por um equipamento de iluminação colossal e indutor de convulsões”. Falando em inglês com sotaque japonês, ela se dirigiu à multidão e deixou espaço para que o público respondesse às suas perguntas, como se fosse uma artista real e espontânea.

Segundo o jornal britânico, os cantores vocaloid se tornaram tão populares no Japão que, frequentemente, chegam ao topo das paradas pop no país, e a revista Billboard até criou um ranking específico para esse tipo de música – o Niconico. E Miku não está mais sozinha, já que agora concorre com outras cantoras holográficas, entre os quais Kagamine Rin e Megurine Luka, que fizeram “aparições-surpresa” no show dela em Melbourne.

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