Por Daniel dos Santos, editor do AIoT Brasil

Depois de alguns meses ouvindo todo mundo falar do ChatGPT, o Google anunciou o Bard, rival para o popular chat com inteligência artificial da OpenAI. Segundo Sundar Pichai, CEO do Google e da  Alphabet, o Bard é um serviço experimental de IA de conversação com tecnologia LaMDA, além de novos recursos de inteligência artificial para busca e que estará disponível “em breve”.

Em um comunicado, o executivo afirmou que “a inteligência artificial é a mais profunda tecnologia que estamos trabalhando hoje. Seja ajudando os médicos a detectar doenças de forma mais precoce ou permitindo que as pessoas acessem informações no próprio idioma”.

Segundo o executivo, a IA ajuda pessoas, empresas e comunidades a liberarem seu potencial. Também abre novas oportunidades que podem melhorar significativamente bilhões de vidas. E é por isso que a Alphabet reorientou a companhia seis anos atrás. “Enxergamos isso como uma importante via para realizarmos nossa missão: a de organizar as informações do mundo e torná-las acessíveis e úteis para todos”, afirmou.

Desde então, a empresa tem feito investimentos em IA de maneira geral, e o Google AI e o DeepMind estão avançando nessa área. De acordo com o CEO do Google, “hoje, a escala das maiores computações usando IA está dobrando a cada seis meses, ultrapassando em muito a Lei de Moore (referência à evolução acelerada dos chips)”.

O que é o Bard

Segundo Pichai, dois anos atrás, a empresa anunciou recursos da nova geração de linguagem e conversação impulsionada pela Language Model for Dialogue Applications (LaMDA). E o Bard é em um serviço experimental de IA conversacional, alimentado pelo LaMDA. “Hoje, estamos dando mais um passo ao abrir para testes confiáveis ​​antes de torná-lo mais amplamente disponível ao público nas próximas semanas”. Ou seja, ele ainda não está disponível para o público, ao contrário do ChatGPT, que já mostrou a que veio.

O Google afirma que o Bard busca combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade de seus modelos de linguagem. Ele tem como base informações da web para fornecer respostas novas e de alta qualidade.

A expectativa da Alphabet é de que Bard seja “uma válvula de escape para a criatividade e uma plataforma de lançamento para a curiosidade”. Com ele, será possível, por exemplo, “explicar novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb da NASA para uma criança de 9 anos, ou aprender mais sobre os melhores atacantes do futebol no momento e, em seguida, treinar para desenvolver suas habilidades”.

Inicialmente, o Bard está sendo lançado com uma versão do que o Google chama de “nosso modelo mais leve do LaMDA”. Esse modelo requer significativamente menos poder de computação, permitindo escalar para mais usuários e obter mais feedback. A ideia é combinar o feedback externo com testes internos para garantir que as respostas de Bard atendam a um alto nível de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real.

“Em breve, você verá recursos baseados em IA na Busca que transformam informações complexas e várias perspectivas em formatos fáceis de digerir, para que você possa entender rapidamente o panorama geral e aprender mais na web: seja buscando perspectivas adicionais, como blogs de pessoas que tocam piano e violão ou se aprofundam em um tópico relacionado. Esses novos recursos de IA começarão a ser lançados na Busca do Google em breve.

Resta agora esperar que o Bard esteja disponível para o público para saber se ele realmente consegue fazer tudo o que o Google promete e se é capaz de superar o sucesso estrondoso atingido até agora pelo ChatGPT que, logo depois de sua chegada, fez com que  a avaliação de mercado da OpenAI, sua criadora, saltasse para 29 bilhões de dólares, o dobro do valor indicado um mês antes, o que a tornou uma das startups mais valiosas do mundo.