As compras online ganham voz
Os assistentes virtuais, como Alexa e Cortana, já fazem muito mais que tocar as músicas que pedimos. Eles se transformaram em importantes ferramentas de e-commerce
25/09/2020
*Por Juan D’Antiochia
Assistentes virtuais já desempenham um papel importante na maneira como levamos nossas vidas. Seja pedindo à Alexa que toque sua música favorita, apague as luzes ou compre uma nova leva de mantimentos, os assistentes virtuais estão facilitando muito a administração de nossas vidas pessoais, rompendo os limites entre humanos e tecnologia.
Os primeiros esforços para implementar assistentes de voz foram desajeitados, simplistas e pouco práticos. As interfaces robóticas e monótonas do passado, entretanto, foram substituídas pelos animados assistentes pessoais de hoje, que contam com a capacidade de ouvir, entender e responder de forma inteligente e em tempo real.
Os assistentes virtuais, como Alexa e Cortana, já não estão apenas tocando música ou informando a previsão do tempo, eles também estão viabilizando vendas. Uma pesquisa da eMarketer prevê que mais de quatro em cada dez usuários de alto-falantes inteligentes dos EUA usarão seus dispositivos para fazer compras.
A tecnologia de voz também mostra sinais de aceleração no Brasil, especialmente agora, que Alexa e Google Assistant lançaram oficialmente seus dispositivos de língua portuguesa no país. O mercado está pronto para adotar speakers inteligentes ao fazer compras: os brasileiros já estão acostumados a usar assistentes de voz em seus smartphones e tendem a comprar por meio de seus dispositivos móveis, com o comércio móvel representando 44% das vendas online.
O comércio está em constante evolução graças às novas tecnologias e a pandemia do Covid-19 apenas acelerou a adoção de alto-falantes inteligentes. Levando em conta os milhões de pessoas que não se locomovem mais até o trabalho diariamente e o desejo de limitar o contato com objetos de uso comum, como maquininhas de cartão, as pessoas estão recorrendo à tecnologia contactless e de voz mais do que nunca.
Mas será que os assistentes de voz inteligentes realmente vão conseguir se multiplicar em larga escala? Qual é seu apelo e para onde caminha a tecnologia? À medida que o comércio continua evoluindo em ritmo acelerado, no que as empresas devem estar atentas para atender às necessidades do consumidor de hoje?
Especialistas têm notado que os novos usuários de speakers inteligentes estão testando recursos relacionados às compras e “early adopters” já estão pedindo que seus devices pesquisem produtos e preços. É empolgante poder comprar sem ter que usar o smartphone, mas usar comandos de voz sem um componente visual continuam sendo uma barreira para os consumidores, provavelmente porque os aparelhos têm uma alta taxa de falhas ao responder perguntas específicas sobre produtos.
O setor está respondendo a esses obstáculos com a inclusão de telas inteligentes nos devices. Ao exibir informações visuais junto com as respostas dos assistentes de voz, a ideia é deixar as solicitações mais claras e levar a compras que vão ainda além do digital.
Não faz muito tempo desde que o termo “omnicommerce” surgiu para descrever uma experiência de compra sem atritos que pode acontecer online, na loja, via smartphone ou uma combinação desses três. Pois o advento das compras ativadas por voz expande a experiência omnichannel e oferece ainda mais oportunidades para as marcas.
A evolução dos assistentes de voz inteligentes, desde o puro entretenimento até o recente canal de vendas online, traz consigo oportunidades e desafios. Ainda segue indefinido quanto tempo levará para que as compras ativadas por voz se estabeleçam como o quarto canal da experiência de consumo, mas agora é a hora para as empresas começarem a explorar todas as possibilidades e aprendam ao longo deste novo caminho.
*Juan D’Antiochia é gerente geral para e-commerce, Worldpay Soluções para Comerciantes, FIS
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