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30/10/202411/05/2023
Por Daniel dos Santos, editor do AIoT Brasil
O mercado de soluções de IoT cresceu cerca de 18% no Brasil no ano passado, superando 8 bilhões de reais em 2022, segundo dados da IDC, e deve crescer pelo menos 15% ao ano até 2025. Mas muita gente, inclusive no mercado corporativo, ainda nem sabe o que é internet das coisas.
Em entrevista ao AIoT Brasil, Paulo José Spaccaquerche, presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas, fala sobre o desafio de popularizar o conjunto de tecnologias que faz parte da IoT, aponta os setores que mais utilizam a internet das coisas e aborda a falta de componentes para equipamentos, entre outros.
AIoT Brasil: Quais são os objetivos da associação e com quantos associados ela conta?
Paulo José Spaccaquerche, presidente da Abinc – A Abinc foi fundada no final de 2015 e de lá para cá vem atuando muito forte neste mundo do IoT, inclusive culminou com o início do plano nacional de IoT. Nossa missão é muito clara. A gente quer fazer com que esse ecossistema, esse mundo da tecnologia, cresça cada dia mais rápido, fazer com que mais novidades surjam e com que as pessoas e empresas consigam enxergar como essas tecnologias podem ser um grande alavancador de novos negócios e melhoria dos negócios existentes.
Temos dentro da Abinc um conjunto de empresas associadas que hoje é de cerca de 110 empresas. O mais interessante nesse mundo é que você trabalha com diversos segmentos de mercado. Uma hora você está falando sobre cidade inteligente, outra hora você está falando de agronegócio, outra hora você está falando de manufatura, saúde, então como é que você consegue dialogar com diferentes players, diferentes segmentos. É preciso ter pessoas especializadas, por isso que a Abinc criou os comitês de trabalho.
AIoT Brasil: E quais os principais desafios enfrentados pela Abinc?
Paulo José Spaccaquerche – Como toda associação, ela depende de aporte dos associados. Estamos melhorando muito isso. Outro desafio é a mão de obra que a gente encontra no mercado. E precisamos escutar o que o governo está fazendo nesse mundo tão diversificado que é o da IoT. A Abinc procura levar para o mercado treinamentos, cursos em EAD e as parcerias que temos com universidades.
Também há a questão do conhecimento. Você conversa com as pessoas e muitas delas não sabem o que é internet das coisas. Há pouco eu estava conversando com um executivo, eu falei que teria uma entrevista sobre IoT e ele não sabia o que era isso! E é uma pessoa da área de manufatura. E eu respondi para ele que ele usa IoT diariamente e expliquei o que era.
Outra preocupação da associação é a parte regulatória, a parte de tributação. Sempre estamos atentos a isso para ver para que lado isso caminha. O governo não gosta de dar incentivos o tempo todo, mas, temos que brigar por isso e deixar claro porque importar equipamento, importar sensor, importar placa, isso custa caro e nós não temos no mercado brasileiro manufatura suficiente para entregar. Isso é um problema sério para o Brasil.
AIoT Brasil: A demanda por produtos de IoT está tão alta assim no Brasil?
Paulo José Spaccaquerche – Sim, sem dúvida. Hoje temos um número enorme de sensores no Brasil.
AIoT Brasil: Você falou um pouco sobre os vários comitês que vocês têm na Abinc, e eu lembrei de uma coisa. Tenho um amigo que é diretor de uma grande empresa de processadores que costuma dizer que colocaram várias tecnologias bem distintas, como Indústria 4.0, casa conectada e smartfarm em um único balaio e aí chamaram tudo de IoT. O que você acha disso? Para você, o que é o IoT?
Paulo José Spaccaquerche – Casa conectada é um segmento, Indústria 4.0 é outro segmento, agronegócio, o pessoal já chama de agro 4.0… Na realidade, são todas as possibilidades que você tem utilizado IoT. Para nós, IoT não é tecnologia, vamos deixar isso bem claro. IoT é um conjunto de tecnologias e este conjunto de tecnologias recebeu o nome de internet das coisas.
Ninguém imagina hoje em dia que você vai levantar e falar assim, “vou fazer IoT”, não existe isso. O que existe é, o que meu negócio precisa para ser melhorado, para me manter competitivo no mercado, quais tecnologias estão à minha disposição e podem me ajudar. Então no fundo são modelos de negócio, que você pode ter ou não, não estão no mesmo balaio, são balaios diferentes, porque são negócios diferentes e tudo isso, tudo isso chama-se internet das coisas, daí porque nós temos os nossos comitês também.
AIoT Brasil: Quais os setores que mais utilizam IoT aqui no Brasil?
Paulo José Spaccaquerche – A área de saúde tem adotado de uma forma muito forte. O agronegócio, sem dúvida, também é um grande mercado, hoje ele está fazendo muita coisa e está se utilizando muito dessas tecnologias que estão disponíveis. Mas a área de saúde está crescendo de uma forma brutal, para poder fazer as coisas de uma forma mais segura e mais rápida também. Saúde e agro são os carros chefes do mercado.
AIoT Brasil: Na sua opinião, como será o futuro da internet das coisas, o que você acredita que vai acontecer?
Paulo José Spaccaquerche – Cada vez mais nós vamos nos tornar autônomos, em várias coisas. A evolução tecnológica está sendo muito rápida, de uma maneira que está até difícil de absorver o conhecimento, mas nós não vamos fugir de uma automação, seja de casa, seja do carro. E com a inteligência artificial muita coisa nova vai aparecer, por mais que o nosso “amigo” Elon Musk ache que precisamos dar uma pausa na inteligência artificial.
É preciso olhar para a tecnologia como uma aliada, não como uma coisa ruim, como alguns costumam dizer, “agora a tecnologia vai dominar o mundo”. A robotização tá aí para ajudar a vida da gente. Ah, mas vai perder o emprego? O recado é: vamos olhar a tecnologia e vamos aprender para estarmos inseridos nesse meio. E não ficar alheio a ele. Caso contrário, sim, você ficará desempregado…
#Abinc#internet das coisas#IoT#Paulo José Spaccaquerche
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