Por redação AIoT Brasil

Nos próximos anos, no mundo inteiro, a inteligência artificial estará no topo das prioridades estratégicas do mercado de seguros, como meio de aperfeiçoar a relação com os clientes e impulsionar a transformação digital nas empresas. Em resumo, essa foi a conclusão de um estudo apresentado no início de maio pela Everis, do grupo NTT Data, provedor global de serviços de tecnologia da informação.

Denominada “Dados da cadeia de valor do setor de seguros”, a pesquisa é parte de uma série de relatórios técnicos que analisam os desafios que as empresas devem superar na incorporação de novas tecnologias. Em relação ao aumento dos investimentos em IA e smart data, Alex Morán, sócio responsável pelas áreas de seguros e saúde da Everis Brasil, disse que essa tendência deve se manter, pois as companhias precisam adquirir novos conhecimentos a serem aplicados nos processos comerciais e na identificação de perfis de segurados, definição de prêmios, campanhas de marketing, gestão de sinistros e experiência dos clientes. “Com isso, as empresas ganham competitividade sustentável, devido à maior agilidade e acuracidade em suas ofertas”, explicou.

Segundo Morán, as seguradoras já vêm investindo nas primeiras fases de adoção dessas tecnologias, mas ainda de forma incipiente, porque importantes desafios ainda precisam ser superados, como a aplicação de estruturas de operações de machine learning para a implantação de IA em escala e migração massiva para arquiteturas baseadas na nuvem ou híbridas. “Para alcançar seus objetivos, as companhias do setor têm de desafiar o status quo e tomar decisões ousadas em termos de organograma, modelo operacional, investimentos, análises de RH, vendas inteligentes, fixação de preços etc. Só assim elas estarão preparadas para concorrer com seus competidores tradicionais e com novos players que estão ingressando neste mercado”, disse.

O estudo verificou que, apesar do impacto da pandemia, os investimentos e as transações no mercado de seguros alcançaram níveis recordes no primeiro trimestre deste ano, quando a proporção de investimentos com capital inicial cresceu 57%, retornando aos índices pré-covid. Entre as novidades no setor, destaca-se a consolidação da presença das insurtechs, empresas que operam com base na tecnologia, em plataformas digitais que permitem a contratação de um seguro por meio de aplicativos, de forma mais simples, sem burocracia.

A tecnologia também é o diferencial de seguros como o da Tesla, de Elon Musk, que oferece seguros online com preços definidos pelos dados gerados no veículo, de acordo com parâmetros de condução. A Delta Dental, líder em seguros odontológicos nos Estados Unidos, também inovou ao utilizar escovas de dentes “inteligentes”, que transmitem informações relacionadas à saúde bucal do usuário.

Todas essas novidades se apoiam em recursos de inteligência artificial e análise de dados e são introduzidas por empresas vindas do ecossistema das startups, baseado em novas propostas de valor. Segundo Alex Morán, esses novos atores “são responsáveis por um novo contexto competitivo, no qual a inovação tecnológica deve se traduzir em novos modelos de negócio, serviços diferenciados, interações e experiências hiperpersonalizadas para os segurados”. O relatório completo da Everis pode ser acessado aqui.