Por redação AIoT Brasil

Um submarino autônomo cujas ações e movimentos são controlados inteiramente por inteligência artificial: esse é o novo projeto da Marinha Real Britânica, que anunciou a assinatura de um contrato de 2,5 milhões de libras com a empresa MSubs, de Plymouth, no sudoeste da Inglaterra, para construir e testar a nova embarcação subaquática. O projeto prevê um veículo capaz de navegar no fundo do mar para procurar minas, instalar sistemas sofisticados de coleta de informação eletrônica ou monitorar o ambiente em busca de sinais de atividades hostis.

Para cumprir essa missão, o submarino precisará de um “cérebro” que tenha o aprendizado de máquina como princípio técnico, a fim de que seja treinado nas mais diferentes situações e consiga simular com perfeição o papel de um capitão experiente, até criar seu próprio repertório de conhecimentos. Essa tarefa ficou a cargo da MarineAI, que faz parte do grupo MSubs e está utilizando um supercomputador IBM AC922, um dos maiores da Inglaterra. .

O projeto ganhou o nome de Extra-Large Unmanned Underwater Vehicle (XLUUV), ou veículo subaquático extragrande não tripulado, que deverá ter 9 toneladas, bem menor do que os gigantescos submarinos nucleares lançados recentemente, que chegam a ter mais de 7 mil toneladas. Em entrevista à BBC, Ollie Thompson, especialista em robótica da Marine AI, apontou o principal desafio que a equipe enfrenta: “Sabemos que muitas pessoas ainda não confiam na inteligência artificial. Portanto, precisamos trabalhar com elementos que podemos testar, separando cada parte, para provar sua confiabilidade.”

Essa desconfiança é real, como disse à BBC o capitão Ryan Ramsey, que já comandou o submarino HMS Turbulent: “A inteligência artificial terá dificuldade para se equiparar às habilidades humanas na tomada de decisão. Existem muitas habilidades de submarinista que você pode transferir para a IA, mas é preciso aceitar que a primeira geração dessas embarcações não será perfeita.”

Ramsey disse que em caso de um confronto, um capitão de submarino deve estudar o comportamento do comandante oponente e até prever suas ações e a sua maneira de pensar: “A realidade é que se você não sabe como o outro opera, ele encontrará o seu submarino antes que você encontre o dele. E você não pode replicar esse componente emocional na IA”, afirmou. Será, portanto, mais um teste importante para saber até que ponto a máquina consegue substituir o homem.