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Justiça brasileira acelera o investimento em IA

Pesquisa da FGV mostra o avanço dessa tecnologia que, apenas no TCU, já permitiu uma economia de R$ 70 milhões em um ano

24/06/2021

Justiça brasileira acelera o investimento em IA
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Por redação AIoT Brasil

As ferramentas de inteligência artificial têm se transformado em um aliado cada vez mais consistente nos órgãos do Judiciário brasileiro, que enfrenta o desafio de lidar com mais de 77 milhões de processos em tramitação, o que corresponde a um para quase três habitantes e a 6.962 processos por juiz. De acordo com os primeiros resultados da pesquisa “Tecnologias aplicadas à gestão de conflitos no Poder Judiciário com ênfase no uso da inteligência artificial”, coordenada pela Fundação Getúlio Vargas, a IA pode ser uma solução efetiva para reduzir esse acúmulo de trabalho.

Luis Felipe Salomão, coordenador do Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da FGV, disse que metade dos tribunais já têm um projeto de IA implantado ou em implantação. “O desenvolvimento dessas tecnologias é um dos instrumentos mais importantes de gestão no Judiciário, uma vez que implica racionalizar recursos, mão de obra e atividades, diante de uma demanda cada vez mais crescente”, disse, em matéria publicada no site do Conselho Nacional de Justiça.

Além de agilizar o andamento dos processos e apoiar o trabalho de monitoramento e investigação, a IA produz impacto também nos custos do Judiciário. De acordo com Rodrigo César Santos Felisdório, diretor de gestão da estratégia digital do Tribunal de Contas da União (TCU), os resultados alcançados nessa corte foram expressivos. “Tivemos uma economia de R$ 70 milhões em 2019 e uma redução de 45% no tempo das análises processuais, o que diminuiu de 33.208 dias de trabalho para 18.313 dias. Isso significa reduzir o esforço de 178 para 98 editores e 80% do tempo entre a autuação do processo e a conclusão da primeira análise pelo auditor, que levava sete meses, resultado na diminuição de 374 para 74 dias, em média”, disse Felisdório em entrevista ao portal Digital Money.

Segundo o diretor, um dos objetivos do planejamento estratégico do TCU é intensificar o uso de IA como instrumento de suporte de controle externo e funcionamento institucional. “No ano passado, coordenei a estratégia digital do tribunal para o uso de tecnologias disruptivas e emergentes e redesenharmos a forma de se fazer controle de maneira contínua, em tempo real, a fim de alavancarmos o impacto das ações de controle para a sociedade”, explicou Felisdório.

Ele disse ainda que atualmente o TCU possui mais de 100 bases de dados da administração pública sob sua custódia, e tudo isso será acrescentado à plataforma com algoritmos para identificar alertas e indícios de irregularidades e apoiar os órgãos de controle. O tribunal responde pela fiscalização contábil, financeira e patrimonial do governo federal e dos órgãos da administração direta e indireta da União, além de ajudar o Congresso no planejamento orçamentário e fiscal de cada exercício.

Sede do Tribunal de Contas da União em Brasília/Reprodução TCU

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#inteligência artificial#inteligencia artificial no judiciario

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