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*Foto: Papa Francisco diz que a tecnologia deve proporcionar o bem comum e a igualdade de oportunidade/Reprodução Vatican News
Por redação AIoT Brasil
Não foi a primeira vez que o papa Francisco abordou os impactos da tecnologia, mas em seu mais recente vídeo de recomendação de oração ele foi mais específico e pediu que os católicos rezem para que o progresso nas áreas de inteligência artificial e robótica seja “humano” e orientado para a dignidade do indivíduo. O pontífice argentino chamou a atenção para a mudança histórica que a humanidade está experimentando, graças à inteligência artificial, e disse que esses avanços devem sempre servir à humanidade.
O papa disse que a robótica e a IA “podem tornar possível um mundo melhor, se estiverem unidas para o bem comum” e não aumentem as desigualdades sociais. Caso contrário, e se deixar de lado a dignidade da pessoa, “não será um verdadeiro progresso”, afirmou.
A mensagem, porém, não se limitou a esse alerta. No vídeo, o papa utilizou imagens do Instituto Italiano de Tecnologia e da multinacional italiana de energia Enel para mostrar alguns dos benefícios da inteligência artificial em áreas como educação, saúde e meio ambiente. Lembrou o potencial da tecnologia na análise de dados sobre mudanças climáticas e na criação de modelos que podem ajudar a prever desastres naturais. Também disse que a IA pode ser usada para criar cidades inteligentes e sustentáveis, reduzir os gastos urbanos, melhorar os sistemas de transportes e aumentar a eficiência energética.
Na divulgação da mensagem papal, o portal oficial Vatican News entrevistou o CEO da Enel, Francesco Starace, que afirmou que a inovação criou ferramentas extraordinárias, que devem ser usadas da melhor maneira possível: “Como reafirma o papa Francisco, é nossa tarefa garantir que os benefícios resultantes sejam distribuídos de forma justa e criem oportunidades e bem-estar. Devemos priorizar o respeito às pessoas e ao meio ambiente, com uma visão baseada na sustentabilidade. Só assim a evolução tecnológica pode ser aliada da humanidade e criar oportunidades que, até poucos anos atrás, nem poderíamos imaginar”.
Em fevereiro o papa já havia proposto a representantes de grandes empresas de tecnologia o estabelecimento de parâmetros éticos no desenvolvimento da inteligência artificial. Depois, foi noticiado que a IBM e a Microsoft haviam assinado um documento em que se comprometiam a desenvolver a IA de forma a respeitar a privacidade das pessoas, trabalhar de forma confiável e promover a imparcialidade e a igualdade de oportunidades.
Na ocasião, o papa Francisco afirmou: “Essa assimetria inerente à tecnologia, em que alguns poucos sabem tudo sobre nós e nós não sabemos nada sobre eles, anula o pensamento crítico e o exercício consciente da liberdade”.