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Por redação AIoT Brasil
No Japão, a queda na taxa de natalidade vem preocupando as autoridades, principalmente depois que, em 2019, registrou-se uma redução de 5,8% no número de nascimentos no país, o pior índice em todos os tempos. Para complicar, houve queda também no número de casamentos e um aumento na idade das pessoas que se casam. Em busca de saídas, o governo teve uma ideia original: usar a inteligência artificial como uma espécie de cupido.
A novidade, anunciada pelo jornal Yomiuri Shimbun, logo repercutiu no mundo, e a Reuters informou que o governo japonês planeja gastar em recursos de inteligência artificial a maior parte dos 2 bilhões de ienes (quase 20 milhões de dólares) destinados a combater a diminuição da taxa de natalidade.
Com 128 milhões de habitantes, o Japão tem uma das expectativas de vida mais altas do mundo, de 84,1 anos, o que, somado à queda no número de nascimentos, resulta no envelhecimento da população e em problemas como o declínio da força de trabalho e o aumento dos custos da seguridade social. Esse quadro justifica a preocupação do governo, que investe no estímulo à natalidade, que envolve, obrigatoriamente, a formação de casais.
No país é comum a prática de recorrer a agências de casamento, mas parece que não estão dando conta do recado. Assim, em um país com um nível tão alto de avanços tecnológicos, nada mais natural do que a utilização da inteligência artificial para aumentar o movimento nas maternidades. A intenção é conectar pessoas com perfil e interesses correspondentes, mesmo que os parceiros não tenham renda e idade semelhantes, que são os principais critérios adotados pelos casamenteiros tradicionais.
De acordo com o jornal, várias prefeituras japonesas já utilizam sistemas que levam em conta os hobbies e os valores das pessoas, mas o processo é mais complicado e mais caro. A cidade de Saitama, a norte de Tóquio, gastou 15 milhões de ienes em 2019 para unir parceiros, mas esse esforço resultou em apenas 21 casamentos.
O governo então decidiu que é preciso investir mais, e o caminho mais adequado é a inteligência artificial. De acordo com o Yomiuri Shimbun, os recursos para aplicação nessa tecnologia serão distribuídos entre as prefeituras, e uma autoridade explicou: “Estamos apenas desembolsando dinheiro para lutar contra a queda da taxa de natalidade, e cabe aos governos locais decidir como gastá-lo”.